Uma coisa que a gente quase nunca para para pensar é como a infraestrutura de mídia se distribui pelo território brasileiro e se os meios de comunicação estão em todos os lugares de maneira equilibrada. Mas uma olhadinha nos mapas abaixo pode causar surpresa para quem está entrando agora no assunto. Eles constam do estudo Regiões de Influência das Cidades (Regic 2018) que o IBGE publicou em 2020.

No Mapa A, temos a localização dos jornais impressos brasileiros e a área de abrangência de sua circulação. O Regic procurou “retratar a rede urbana no tocante às Cidades produtoras de informação, onde ocorre a seleção de acontecimentos e construção de interpretações, sentidos e conhecimentos que irão atingir o Território Nacional como um todo.” (IBGE, 2020, p. 119).

Após o levantamento feito com informantes sobre que cidades brasileiras editam jornais e identificar até onde a distribuição dos exemplares é feita, a conclusão do estudo é que a maior parte dos jornais brasileiros são editados no estado de São Paulo, com destaque para a capital, seguida do Rio de Janeiro e, depois, das outras capitais do país, mas que, em geral, a circulação não estrapola os limites de cada estado.

Mapa A: Origem e presença de jornais impressos no Brasil. Fonte: IBGE, 2020, p. 220.

Segundo o IBGE (2020, p. 119), “é possível observar diferenças regionais importantes a serem apontadas
quanto à redução do consumo de jornais impressos no País, que ajudam a elucidar formas desiguais de difusão
da informação utilizando a imprensa escrita
“.

De fato, temos acompanhado diversas notícias sobre fechamento de jornais impressos e eventual migração para o on-line, e há vários casos no Estado do Rio, muitas vezes devido aos alto custos de se manter um negócio com independência e qualidade. Esse mesmo fenômeno tem se registrado ao redor do mundo. Entretanto, longe de pensarmos que “é o caminho natural das coisas, que o jornal de papel vai acabar”, mas é preciso registrar que consideramos que o jornal impresso (diário ou não) ainda pode ser importante para muitos públicos e que seu desaparecimento faz o ecossistema de mídia ficar menos rico, menos diverso, menos democrático. E fica a pergunta, que move nossos estudos: qual o caminho para que o acesso das pessoas à notícia e à informação não diminua, mas se amplie?

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